segunda-feira, 11 de agosto de 2014

codex

era o som da tua hora que voltava
entre farelos de pão preto
outrora quente
soterrados nas almofadas
do sofá da sala

era o tempo em que você deitava
e mordiscava, mansa
os meus olhos
quentes do teu hálito
e a manhã voava

a revoada de pássaros verdes
que corríamos pra ver
o vidro embaçava
e lá inventávamos um código
uma língua nossa

agora
absolutamente indecifrável