terça-feira, 29 de julho de 2014

digno mesmo
era fazer mais nada
deixar quieto
cruzar os braços
esticar as pernas
repleto
de dignidade
e olhos baços
não da bebida
ou do cansaço
só o silêncio exato
de quem venceu
ao convencer-se
vencido de antemão
fugir da covardia
do jogo cruel
da briga pelo pão
da disputa de macho
e exibir orgulhoso
a capacidade
de ter os pés
(e os joelhos,
e as mãos)
dignos
e confortavelmente
cravados no chão.

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