terça-feira, 29 de julho de 2014

O espírito demasiado frágil para os brados retumbantes da noite. A alegria hostil das mãos nos cabelos, dos olhos baços, dos abraços vazios de acolhimento. Talvez seja mesmo o acolhimento, a meta do poeta que não se entrega à superfície mundana do alegre jogo de relações. O espírito demasiado frágil apagado pelos brados retumbantes da alegre noite. A alegria, sua natureza supreendentemente hostil, não comporta a dúvida. Não comporta a hesitação. Não comporta o sofrimento daquele que, alheio à roda pagã, culto moderno que reverbera uma ancestralidade remota, sofre calado da não-participação. Cambaleantemente inserido, ainda pior, que morto. Morte, total distanciamento, ou total encontro. Ideal romântico do espírito demasiado frágil para os brados retumbantes da vida solar.

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